“O Brasil é um país agrícola, sem fábricas e só com comércio externo nas cidades marítimas; há pois uma igualdade política entre todos os seus concidadãos, proprietários de terras ou lavradores. Esta igualdade de condição predispõe antes para a democracia que para a realeza. O Brasil não tem nobreza, como a da Europa, porque não tem morgados nem feudalismo; e, sem nobreza, a realeza ou não pode durar ou cai em despotismo. Os escravos e as diferenças de cores também favorecem mais a democracia que a monarquia.”
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Américo Elísio
Pseudônimo arcádico que José Bonifácio usa como poeta. É um codinome pastoril e patriótico. Em seu único livro de poesias, Poesias avulsas, publicado em 1825, durante seu exílio na França, esse pseudônimo exprime toda uma plataforma literária: o Elísio, território das musas, transplantado para a América. Nitidamente inspirado pelo arcadismo, com seus motivos pastoris, seus amores idílicos, evocativos muitas vezes de cenas gregas, o poeta Bonifácio surpreende, entretanto, com posições estéticas avançadas para a época. Por exemplo em sua justificativa para o uso de versos brancos, sem rima, ao dizer que “a nossa bela língua não precisa, absolutamente falando, do zum zum dos consoantes para fixar atenção e deleitar o ouvido”.