No ano de 1816, uma importante negociação diplomática resulta no casamento do herdeiro da coroa do
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o príncipe
d. Pedro, com a arquiduquesa Carolina Josefa
Leopoldina, filha de Francisco I, imperador da Áustria. Essa união com uma das mais importantes casas reinantes da época é uma velha combinação dinástica, facilitada pela nobreza da casa de Bragança e pela apregoada riqueza do império português. Para Portugal, o arranjo é importante na medida em que garante a aliança com o império austro-húngaro.
A cerimônia, na qual o noivo é representado por um irmão do imperador da Áustria, tem lugar em Viena, a 13 de maio de 1817. Depois de alguns contratempos, d. Leopoldina segue para o Brasil, durando a viagem exatos 83 dias de desconforto, péssima comida e bom tempo. No dia 6 de novembro, desembarca no Rio de Janeiro, em meio a homenagens e a multidão apinhada nas ruas para saudar os príncipes. Na capela real é cantado um Te Deum Laudamus e quando a noite cai a cidade se ilumina, soltam-se “fogos de vista” e tem início a festança, que prossegue por três ou quatro dias.
Os noivos formam um casal díspar. D. Pedro, embora educado para ser rei, gosta bem mais dos cavalos que das letras; d. Leopoldina é oriunda de uma das mais refinadas cortes européias, fala várias línguas e se interessa pelo estudo das ciências naturais.