(1767-1826) Nasce em Lisboa, segundo filho da rainha
d. Maria I e do rei consorte d. Pedro III. D. João torna-se herdeiro da Coroa após a morte de seu irmão José, em 1788. Com dezoito anos, casa-se com d.
Carlota Joaquina, de apenas dez anos, filha do rei espanhol Carlos VI. Em virtude da pouca idade da noiva, o casamento só é consumado em 1790. Apesar do desentendimento, que se torna público, entre d. João e sua esposa, o casal tem nove filhos. As más línguas atribuem aos príncipes, muito diferentes entre si, pais diversos. Quando d. Maria I enlouquece, d. João passa a responder pelo governo, no início como simples representante da rainha e só a partir de 1799 como príncipe regente. A
invasão francesa em Portugal pelas tropas napoleônicas em 1807 obriga-o a
transferir sua corte para o Rio de Janeiro. Em 1808, d. João determina a
abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional. Pela carta régia de 16 de dezembro de 1815, a colônia é transformada em
reino unido ao de Portugal. Só com a morte de d. Maria I em 1816, o príncipe regente é aclamado como rei d. João VI. Quatro anos depois, eclode a
Revolução do Porto, que instaura as
Cortes de Lisboa; estas obrigam o monarca a retornar a Portugal. Ele deixa o Rio de Janeiro em 26 de abril de 1821, com três mil cortesãos, permanecendo no Brasil seu herdeiro, o príncipe
d. Pedro como regente. Em Portugal, d. João VI vê-se forçado a governar sob restrições constitucionais, mas não por muito tempo. Em maio de 1823, um levante militar promovido por seu filho, o infante d. Miguel, abole a Carta recém-promulgada. D. João VI volta a governar como rei absoluto, embora prometendo uma nova Carta. Um ano depois, outro movimento, liderado também por d. Miguel, tenta depor o rei, considerado por demais conciliador, e substituí-lo pela rainha Carlota Joaquina. Refugiando-se a bordo do navio inglês
Winston Castle, d. João VI consegue afastar d. Miguel do comando das armas e forçá-lo ao exílio. Em 1825, o monarca reconhece a Independência do Brasil. No ano seguinte, morre em Lisboa, em meio a suspeitas de envenenamento.