O grupo de deputados expulsos do Rio de Janeiro em 1823 por
d. Pedro I, após o
fechamento da Constituinte, é formado por José Bonifácio, seus dois irmãos,
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva e
Martim Francisco Ribeiro de Andrada, e mais
José Joaquim da Rocha, Francisco Gê de Acaiaba Montezuma e o padre Belchior Pinheiro de Oliveira. Ao
partirem no navio
Lucônia, os
exilados têm como destino o Havre, na França. Entretanto, sua viagem seria bastante atribulada: após evitar a ameaça de prisão por forças portuguesas, a embarcação aporta em Vigo, na Espanha. Uma longa negociação diplomática permite que sigam até Bordeaux, na França, onde chegam em junho de 1825. Ali, um forte esquema de segurança é preparado para vigiar os ex-deputados, vistos pelas autoridades locais como perigosos revolucionários. Os irmãos Andrada também sofrem ataques da imprensa européia, dos quais se defendem pelos periódicos franceses. Embora sempre vigiados pela polícia, aos poucos deixam de ser encarados como ameaça, e uma rede de apoio lhes é montada, incluindo eventualmente a
maçonaria. Durante os anos de exílio, José Bonifácio e seus irmãos moram em Bordeaux e em cidades próximas, como Caudéran e Mussidan. Problemas financeiros são temas constantes nas cartas de José Bonifácio durante esses seis anos, apesar do grande apoio dos amigos e da ajuda de custo concedida pelo próprio governo que o exilara. Para José Bonifácio, o exílio chega ao fim em 25 de maio de 1829, quando afinal recebe seu passaporte para
voltar. Sua esposa,
Narcisa Emília O’Leary, morre durante a travessia oceânica, a caminho do Brasil.