As invasões francesas em Portugal inserem-se no contexto das guerras em que se envolve a França napoleônica. Após diversas vitórias no continente, o avanço francês esbarra na Inglaterra, e Napoleão Bonaparte é obrigado a rever suas estratégias. Opta então por boicotar o comércio inglês com os demais países do continente europeu. Portugal, que até então evitava tomar uma posição nítida no conflito, vê-se em apuros: se continuar comerciando com a Inglaterra, sofrerá invasão pela França; por outro lado, toda a sua economia depende do comércio com os ingleses. Sem saída, assiste às tropas francesas marcharem sobre seu território. Em 1807, um dia antes de elas entrarem em Lisboa, o príncipe regente de Portugal, o futuro d. João VI, opta pela viagem da família real para o Brasil. Daqui pode manter a coroa na cabeça, agora mediante a abertura dos portos brasileiros, e ao mesmo tempo impossibilita que Napoleão o deponha. José Bonifácio permanece em Portugal e colabora na resistência à invasão, tomando parte do Corpo Militar Acadêmico. São três as invasões francesas no reino de Portugal: a primeira em novembro de 1807, a segunda em março de 1809 e a terceira em meados de 1810. Esta última é a mais longa, pois se estende até abril de 1811. Em 1812 há ainda uma tentativa de invasão, mas os franceses permanecem em Portugal por apenas vinte dias. Além dos resistentes portugueses, a marinha e o exército ingleses também contribuem para a retomada do território, afinal efetivada. Contudo, após o período das invasões, a economia portuguesa está desarticulada, o que dá margem às insatisfações que desaguariam na Revolução do Porto e nas reivindicações constitucionalistas das Cortes de Lisboa.