Esses tratados, firmados entre o governo português e a Inglaterra, consolidam o predomínio britânico sobre o comércio luso-brasileiro. Eles instituem, entre outras medidas, que sobre os produtos ingleses passam a incidir taxas de importação menores (15%) do que produtos comercializados pelas demais nações (24%), e menores até mesmo do que as mercadorias trazidas em embarcações nacionais (16%). Como seu poderio econômico lastreando a monarquia portuguesa, os ingleses obtêm inúmeras vantagens comerciais. Além disso, os tratados colocam em risco o tráfico que alimentava a escravidão no Brasil; concedem liberdade de culto aos ingleses; e frustram uma eventual instalação de indústrias no Brasil, dada a competição das manufaturas inglesas. Como resultado geral, enfraquecem ainda mais as finanças já combalidas do governo português, cujo território encontra-se ocupado pelas invasões francesas e cuja força política no cenário internacional está em total declínio.