Em 1821, enquanto d. João VI e sua frota retornam para Portugal, chegam navios com notícias das primeiras decisões das Cortes de Lisboa, que arrefecem a simpatia dos brasileiros pelos legisladores da Revolução do Porto, pois estes reservam seu liberalismo apenas para Portugal. Antes mesmo da chegada dos deputados brasileiros, tratam de elaborar leis que parecem fazer retroceder a parte americana do reino unido português à condição de mera colônia – e ainda mais dependente do que antes de 1808, quando terminara a viagem da família real para o Brasil.
Em Portugal, a burguesia comercial, os militares e, por fim, a incipiente classe industrial haviam sido prejudicados pelas invasões francesas e pela abertura dos portos brasileiros. Sem perspectivas ideologicamente coerentes de retomar a antiga prosperidade de Portugal, decidem reconquistar certas prerrogativas coloniais sobre seu principal território ultramarino.
No dia 9 de dezembro de 1821, chegam ao Rio de Janeiro novos decretos das Cortes, extinguindo a regência de d. Pedro, juntamente com o governo do Brasil, e reforçando a separação das províncias como unidades administrativas e sua total subordinação a Lisboa. Além disso, o Parlamento português exige a volta imediata de d. Pedro, cuja resposta é dada no "dia do Fico”. Torna-se evidente para os brasileiros que não se realizará o sonho liberal. Aos poucos, no Brasil, criam-se condições político-militares para a Proclamação da Independência, mas com o apoio do príncipe.