No último quartel do séc. XVIII, a produção de ouro em Minas Gerais diminui drasticamente, mas os impostos cobrados pelas autoridades portuguesas não fazem senão aumentar. Nas décadas anteriores, importantes grupos de poder local haviam enriquecido e passado a atuar na administração da justiça e dos negócios locais. A partir de 1783, o novo governador da capitania passa a restringir o espaço de manobra dessas elites locais, e, em 1789, boatos sobre uma derrama – mecanismo legal usado para completar a cota mínima de impostos, equivalente a cem arrobas de ouro –, a incidir sobre a produção das minas, produzem a fagulha da revolta. Mesmo sem haver entre os conspiradores consenso sobre a forma de governo a ser posteriormente adotada, e muito menos sobre a questão da escravatura no território das minas, em pouco tempo traçam um plano: a revolta deve coincidir com a derrama. Mas, pouco antes do dia marcado, Joaquim Silvério dos Reis, um dos membros do grupo, delata os companheiros, permitindo a reação do governo, que prende e exila os líderes inconfidentes. Entre eles, apenas Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, recebe a pena de morte, para servir de exemplo e amedrontar novos revolucionários. Morre enforcado e é esquartejado, em 21 de abril de 1792.