A banda oriental do rio da Prata, região que corresponde ao atual Uruguai, foi cenário de vários conflitos luso-espanhóis desde o fim da União Ibérica, em 1640. Em 1816,
d. João VI envia tropas para invadi-la. Cinco anos depois, ela é oficialmente anexada ao
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, recebendo o nome de província Cisplatina. Mas a
Independência do Brasil leva a uma cisão entre os favoráveis às
Cortes de Lisboa e aqueles que apostavam na incorporação ao império do Brasil. Em 1823, com a retirada do comandante fiel a Portugal, o general Carlos Frederico Lecor, tropas brasileiras assumem o controle da região. Contudo, em 1825, o comandante militar Juan Antonio Lavalleja, nascido na banda oriental e que se opunha ao domínio brasileiro, recebe o apoio da República das Províncias Unidas do Rio Prata (atual Argentina), organiza aquela que ficou conhecida como a expedição dos “trinta e três” e penetra na Cisplatina, liderando uma revolta contra o Brasil. É então declarada a independência da região. Para o Brasil, a perda da província Cisplatina implica no fim do controle do estuário e da bacia Platina, o que ocasiona, entre outras coisas, o isolamento de províncias como a do Mato Grosso, de difícil alcance por terra. Em vista disso,
d. Pedro I declara guerra à Argentina. Mas a guerra é impopular, e a oposição dos brasileiros cresce juntamente com os gastos militares. A guerra se prolonga até 1828, quando, com a mediação da Inglaterra, Brasil e Argentina assinam um tratado de paz que reconhece na região a existência de um novo país: a República Oriental do Uruguai.