O termo “bernarda” designa um movimento político promovido pelas armas. A Bernarda de Francisco Inácio acontece em São Paulo, em maio de 1822, e decorre do conflito entre duas grandes forças políticas locais, postas a conviver e a dividir o poder no
governo provisório da província de São Paulo. De um lado, os Andradas – especificamente, José Bonifácio e
Martim Francisco Ribeiro de Andrada – e seus aliados; de outro, Francisco Inácio de Sousa Queirós e João Carlos Augusto de Oeynhausen, presidente da
junta de governo paulista. O estopim da revolta é a convocação de Oeynhausen e Francisco Inácio para comparecerem perante o d. Pedro, no Rio de Janeiro. Nesta circunstância, Martim Francisco assumiria a presidência da Junta. Francisco Inácio e seus aliados impedem a saída de Oeynhausen. Martim Francisco, em conseqüência da bernarda, é demitido do cargo de secretário da Fazenda da província e segue para o Rio de Janeiro.
José Bonifácio, então ministro do Reino e de Negócios Estrangeiros, consegue a solidariedade de d. Pedro, que, tomando o partido dos irmãos Andrada, acaba ordenando a extinção desta primeira junta de governo provisório e chega a viajar até São Paulo para acalmar os ânimos. Francisco Inácio é removido para Santos. Por ordem imperial, uma junta de governo trina é estabelecida em São Paulo até que uma nova junta provisória tome posse, em janeiro de 1823. Martim Francisco é nomeado ministro da Fazenda. Meses depois, em setembro de 1823, todos os envolvidos no movimento são anistiados por
d. Pedro I.