Discurso feito pelo Dr. Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo membro da comissão incumbida de eregir a Estátua de José Bonifácio de Andrada e SIlva no ato da inauguração da mesma estátua, nesta corte, em 7 de Setembro de 1872
HOMEM DE MELO, Barão
O ano de 1872 marca o início de um novo ciclo nas interpretações a respeito de José Bonifácio. A inauguração da estátua em sua homenagem no Rio de Janeiro coincidiu com as comemorações dos cinquenta anos da Independência. Para o barão Homem de Melo, além de ser comparável a outros libertadores da América, como Franklin ou Lincoln, Bonifácio deve ser visto como precursor da grande luta na qual se engajavam, cada vez mais, políticos e bacharéis do Império – pelo fim da escravidão.
Pouco mais de uma década mais tarde, no livro O positivismo e a escravidão moderna (1884), Miguel Lemos lamentava que José Bonifácio saíra prematuramente do governo de d. Pedro I, antes de realizar cabalmente todos os seus “desígnios políticos”. Se tivesse tido tempo, ele teria libertado o país também da “mancha da escravidão”.
Apontado como exemplo por positivistas e abolicionistas, José Bonifácio deixa de ser apenas o patriarca da Independência, para tornar-se também um dos grandes ideólogos da nacionalidade. |