“Fez-se um empréstimo oneroso, em que o Estado perdeu muito e só ganhavam certos homens: mas em que se tem despendido esses fundos? A agricultura foi fomentada, fizeram-se novas estradas, consertaram-se barras de rios? Cuidou-se na civilização dos índios? Estabeleceram-se novas fábricas de primeira necessidade? Não. Deram-se, sim, novas pensões, nomearam-se e continuaram a pagar comissões diplomáticas inúteis e incapazes; e, em vez de conservar a amizade das repúblicas circunvizinhas, provocou-se uma guerra custosa e infeliz por terra e por mar.”
Uma realização:
Patrocínio:
1790
31/05/1790
O ministro dos Estrangeiros e da Guerra de Portugal, Luís Pinto de Sousa, baixa minuciosas instruções, em que dava a Manuel da Câmara Bethencourt a chefia da viagem científica, “com poderes para decidir acerca do prazo dos estudos, das viagens e da escolha dos lugares a serem visitados, mas estabelecia previamente um comprido itinerário”.* As instruções ordenavam-lhes que fizessem curso completo de Química com Antoine-François Fourcroy, e de Mineralogia Docimástica** com Balthazar-Georges Sage, ou com outros.***
* SOUSA, Octavio Tarquínio de. José Bonifácio. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1988, p. 67.
** “Arte de ensaiar em ponto pequeno as minas, com o fim de averiguar a quantidade de metal que elas contêm.” MORAIS SILVA, Antonio de. Diccionario da língua portugueza. Rio de Janeiro: Empreza Litteraria Fluminense, 1889. 2 v., v. 1.
*** FERNANDES, Carlos Alberto Barroso (apresentação) e GUIMARÃES, Fernando Luiz Campos (coordenação). José Bonifácio, cientista: exposição comemorativa do sesquicentenário da morte do Patriarca da Independência. Rio de Janeiro: Maity, 1988, p. 10. (Catálogo da exposição realizada no Espaço BNDES).