“É bem triste, porém, ver que comumente a música, este precioso dom da divindade, esta grande mola do coração humano, que os gregos não sem causa chamavam, no seu todo, a mestra dos costumes, esteja hoje em dia por caprichos vaidosos dos grandes compositores, ou por nímio amor de novidade, reduzida em grande parte às chamadas bravuras e volatas de garganta; ou transformada em afetada dona, carregada dos arrebiques e ouropel de harmonias extravagantes e forçadas.”
Uma realização:
Patrocínio:
1792
05/10/1792
Em nova etapa da viagem científica, juntamente com Manuel Ferreira da Câmara Bethencourt e Sá, José Bonifácio recebe autorização para visitar minas e fundições, e freqüentar as aulas da Academia de Minas de Freiberg, na Saxônia. A instituição “se tornara a Meca do ensino, tanto da Mineralogia e da Geologia práticas, como do que hoje se chamaria a engenharia-de-minas. Aí lecionavam então Werner – Abraham Gottlob Werner, o maior de todos – Lempe, Köhler, Klotzch, Freiesleben e Lampadius, respectivamente a Orictognosia* e Geognosia;** a Matemática pura e aplicada, especialmente a Mecânica; a Legislação das Minas; os ensaios químicos dos minérios; a Química prática; e a Metalurgia”. “Foi Freiberg a verdadeira matriz da cultura científica e tecnológica de José Bonifácio.”***
* Ciência que ensina a conhecer e a distinguir os minerais; o mesmo que Mineralogia.
**Ramo da Geologia que tem por objeto o estudo da parte sólida da terra.
*** LIBERALLI, Carlos Henrique R. “José Bonifácio, cientista e tecnologista”. In: CERQUEIRA FALCÃO, Edgard (org.). Estudos vários sobre José Bonifácio. Revista de História – Separata. São Paulo: s/e, n. 55, jul.-set., 1963, p. 25.