Ocaso de Portugal

Os efeitos sobre Portugal da viagem da família real para o Brasil são bastante graves. Além do desestímulo moral generalizado, da abertura dos portos brasileiros às nações estrangeiras e dos acordos comerciais com a Inglaterra, com destaque para os tratados de 1810, rompe-se o monopólio que o reino português detinha sobre o comércio brasileiro, um dos pilares de sua economia. Além disso, muitos dos nobres e comerciantes vindos com a família real, possuidores de grandes fortunas aplicadas em Portugal, ao perceberem que a estada no Brasil seria longa, procuram se adequar à situação, investindo seu dinheiro na colônia. As dificuldades inerentes à construção da nação e à adaptação da corte no Brasil relegam a antiga sede do reino a uma posição secundária. Em conseqüência, há uma inversão na movimentação financeira do período colonial. Esse contrafluxo é reforçado pelo incentivo do príncipe regente, o futuro d. João VI. Na prática, isso significa que o Brasil se torna metrópole e Portugal, colônia. Por outro lado, a fuga da família real transforma Portugal, de certa forma, também numa colônia dos ingleses. Afinal, estes promoveram o fim das invasões francesas e, por tal serviço, aproveitam-se do vácuo de poder na antiga metrópole para transformá-la numa espécie de protetorado, tendo um de seus militares, o marechal Beresford, como autoridade máxima no território reconquistado. Além disso, os ingleses praticamente controlam o comércio em portos do Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro, prejudicando ainda mais os decaídos negociantes portugueses.

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