A abertura do Brasil para o mundo, após a
chegada da
corte ao Rio de Janeiro, completa-se com a presença de um tipo até então proibido de entrar no país: o estrangeiro. Em três séculos, a colônia tropical da América ganhara uma imagem de exotismo na Europa – que passaria afinal pelo crivo da experiência direta. Começa a leva de livros feitos a partir de viagens pelo país, onde o fascínio se mistura com horror. Fascínio pela natureza, pela vegetação. E horror por tudo que vêem como diferente: ruas acanhadas, alimentação estranha, informalidade, proximidade dos escravos, negação do valor do trabalho, sexo. Os livros misturam preconceitos e realidade, mas os brasileiros não têm como se defender. Nasce a condenação aos hábitos formados em contato com a realidade tropical.