(1734-1816) Nasce em Lisboa, filha primogênita do rei d. José I e de sua mulher, d. Mariana Vitória de Áustria. É a primeira mulher a reinar em Portugal, subindo ao trono em 13 de maio de 1777. Em 1760 casara-se com o tio, o príncipe d. Pedro, filho de d. João V. Após ser aclamada rainha, o rei consorte passa a assinar d. Pedro III. O reinado de d. Maria I – dita “a louca” no Brasil e “a piedosa” em Portugal – fica conhecido como o período da “
Viradeira”, por sua tentativa de reverter a política e a administração anteriores, dominadas pelo
marquês de Pombal, o qual é demitido assim que a nova soberana assume o poder. Muito devota e pouco familiarizada com os assuntos públicos, seu programa de governo consiste em “reparar as ofensas a Deus, moralizar a política e exercer um governo tão suave como progressivo”. Um de seus primeiros atos é a abertura imediata das prisões, libertando grande número de perseguidos políticos da era pombalina. No campo econômico, d. Maria extingue todas as companhias de comércio estabelecidas por Pombal.
É sob d. Maria I que ocorre, no Brasil, a
Inconfidência Mineira (1789). A rainha perdoa todos os conjurados (transformando as penas de morte em exílio), menos o líder do movimento, Tiradentes, executado em 1792. As mortes do marido em 1786 e do filho primogênito em 1788, bem como os episódios subseqüentes à
Revolução Francesa, parecem ter afetado o equilíbrio mental da rainha, que é declarada oficialmente incapaz de gerir os negócios públicos em 10 de fevereiro de 1792.
Seu filho d. João assume o governo, mas só se torna oficialmente regente em 1799. Em 1808, d. Maria
desembarca no Brasil com a família real portuguesa. No Rio de Janeiro, mora no convento das carmelitas, no largo do Paço, até falecer.