Apenas alguns dias após o Parlamento português exigir a volta de d. Pedro I, um manifesto, publicado no dia 15 de dezembro, circula pelo Rio de Janeiro pedindo ao regente que fique no país. Esse manifesto logo começa a receber apoios, chegando a ter oito mil assinaturas, numa cidade de cem mil habitantes. Até o fim do mês, chegam representações de Minas Gerais e São Paulo. O governo provisório da província de São Paulo não só prepara um manifesto e recolhe assinaturas, como envia uma deputação para convencer d. Pedro regente a ficar no país. No dia 9 de janeiro de 1822, o Senado da Câmara recebeu os manifestos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais em favor da permanência de d. Pedro no Brasil. O regente vai recebê-los. Ao fazê-lo, diz a frase que marcaria sua adesão aos brasileiros: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: digam ao povo que fico”.
Em 15 de abril de 1822, chega a Lisboa a notícia da decisão de d. Pedro de ficar no Brasil. A reação das Cortes é imediata: acusam o príncipe de se deixar influenciar por homens desonestos e exigem punição para os funcionários públicos que haviam assinado os manifestos contrários a sua volta para Portugal. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, representante brasileiro no Parlamento português e irmão de José Bonifácio, defende os brasileiros.
São cem deputados portugueses contra setenta brasileiros, que passam a ser agredidos verbalmente nos debates e hostilizados nas ruas. Mesmo assim, não abandonam suas posições. Em seguida, tendo a vida ameaçada, alguns deputados fogem para o Brasil, outros, para a Inglaterra. Finalmente a Constituição é assinada em Portugal, mas, a essa altura, a Independência brasileira já foi declarada.