A
abdicação de
d. Pedro I inaugura um período crucial da história do Império. Com o processo de emancipação política concluído, restam muitos desafios a vencer. É no rearranjo das forças em torno do
menino imperador – que, de acordo com a
primeira Constituição, só poderia assumir o trono com dezoito anos – que se constituem por fim os partidos políticos que irão se alternar no poder.
Com a saída de d. Pedro, é eleita, improvisadamente, a Regência
Trina Provisória. Nela dividem o poder José Joaquim Carneiro de Campos, marquês de Caravelas,
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Com o início da sessão legislativa de 1831, é eleita uma Regência
Trina Permanente, formada pelo mesmo brigadeiro Lima e Silva e pelos deputados João Bráulio Muniz e José da Costa Carvalho. Nesse momento, as forças políticas ainda estão divididas em facções: há o partido brasileiro, ou liberal, os moderados e os restauradores. Após sufocar violentamente as forças restauradoras, criando a Guarda Nacional e perseguindo os simpatizantes da volta de d. Pedro I ao poder, o ministro da Justiça Diogo Antônio Feijó é eleito regente. De tendência liberal e
abolicionista, este governa o país como regente único entre 12 de outubro de 1835 e 19 de setembro de 1837. Entre a abdicação e o fim da regência de Feijó são introduzidas muitas mudanças de feição liberal no país. A Constituição, por exemplo, sofre sua primeira reforma durante o período imperial, com o
Ato Adicional de 1834.
Com a ascensão de
Pedro de Araújo Lima - nomeado regente interino em 1837 e regente efetivo no ano seguinte - inicia-se o chamado Regresso, com o fortalecimento do partido conservador e das forças defensoras da centralização e da organização imperial tal como foi dada pela Carta Constitucional de 1824. Araújo Lima seria deposto em julho de 1840, com o golpe parlamentar da maioridade, que antecipou o reinado de d. Pedro II.